Instrumentos Ancestrais
O estímulo da cura através do som tem raízes antigas por todo o mundo, há mais de 40.000 anos. Aborígenes australianos com seus didgeridoos, tibetanos com suas taças, norte americanos com seus tambores, africanos com suas kalimbas, egípcios com seus chocalhos e chineses com seus gongos. Todos os povos nativos, em diversas culturas e momentos da história, conectaram-se aos instrumentos de poder em suas cerimônias espirituais e utilizaram o som e a música como terapia. Através do resgate dessa sabedoria antiga, encontramos nos instrumentos e na voz, possibilidades de autoconhecimento e desenvolvimento do nosso poder de autocura. Conheça um pouco mais sobre eles:
Provavelmente, o instrumento mais antigo trabalhado, com registros de mais de 40 mil anos. O som do tambor nos permite sentirmos a pele vibrar pelo ar e atingir nossos corpos, resgatando nossa conexão com a tribo, com a ancestralidade, trazendo força, coragem e movimento para nossa caminhada.
Criada pelo suíço-alemão Joachim Marz em 1980, a Mesa Lira é uma grande caixa de ressonância com 51 cordas afinadas em Ré. A reverberação vibroacústica criada pelo drone constante das cortas ativadas, pode ser sentida em todo o corpo, simultaneamente. Essas ondulações vibracionais nos levam ao interior do nosso subconsciente, resgatando lembranças, experiências e muitas vezes estimulando a expansão da consciência através de visões e sentimentos.
As taças tibetanas, mais precisamente desenvolvidas para utilização terapêutica, contêm inúmeros harmônicos o que lhes proporciona o poder de harmonizar as águas de nossos corpos, relaxando o cérebro, os tecidos e fluidos de nosso corpo. Receber a vibração desse instrumento é entrar em profunda conexão consigo mesmo e com os elementos primordiais da Terra. Na simbologia antiga, a tigela representa o útero do mundo, da Grande Mãe. O Bastão representa o falo, o Grande Espírito.
As Flautas Zamponha, são instrumentos que invocam o frescor dos ventos e a leveza dos animais alados, reforçando sentimentos de paz, equilíbrio e liberdade. As flautas nativas não apenas emitem um som reconfortante, mas também reduzem o estresse, reduzem a pressão sanguínea e aliviam a ansiedade e a depressão.
O mais novo dos instrumentos de cura sonora é o Handpan, criado por dois inovadores suecos apenas dezessete anos atrás. Tendo diversos harmônicos, sua proposta sonora assemelha-se com as tigelas tibetanas, porém, com novos princípios de utilização terapêutica, estimulando memórias sonoras por sua característica melódica e estados meditativos pela sonoridade transcendental.
Esse instrumento é muito versátil, trabalhando energias suaves e relaxantes, como o som das ondas dor mar quebrando calmamente na praia, assim como ondas de tempestade. Dependendo da sua história pessoal e da relação com o elemento água, o paciente pode experienciar efeitos muito variados.
O registro mais antigo da existência do Feng Gong (Gongo Solar) remonta a 4.000 a.C. No entanto, fontes antigas de alquimia colocam o Gongo em 16.000 a.C. A vibração sonora física do Gong transforma-o em um veículo extraordinariamente harmonizador e poderoso para meditação e transmutação, representado pelo Sol em seu nome. Os Gongos são utilizados para ativar e harmonizar os chakras, e principalmente, energizar o corpo e a mente.
Antigos povos orientais dizem que a vibração de um Gongo Sinfônico representa o som primordial da criação do universo, o som do cosmos. Evidências sugerem a utilização do Gongo como instrumento de cerimônias de cura por volta do ano 4000 a.C. Usados como instrumentos terapêuticos há séculos, os Gongos Sinfônicos possuem um espectro sonoro de harmônicos desconhecido em outros instrumentos.
Os sinos de vento são talvez os mais mágicos de todos os instrumentos de terapia sonora e remontam à Índia antiga, China e até mesmo Roma. Embora possam ser simples ornamentos ou decorações de jardim para a maioria de nós, os sinos de vento são populares no Feng Shui, porque maximizam o fluxo da força vital. Os Koshis, desenvolvidos para utilização terapêutica, centralizam, equilibram e promovem relaxamento, invocando sentimentos maternais e sensações de alegria e conforto.
Os didgeridoos se originaram na Austrália como um instrumento nativo e espiritual 1.500 anos atrás. Aborígenes utilizavam-no em cerimônias, meditação e rituais de cura, desbloqueando energias estagnadas. O didgeridoo tem como objetivo terapêutico, trabalhar pontos energéticos do chakra raiz e estimular energias e sentimentos profundos.
Originário da África, a Kalimba remonta milhares de anos atrás, é também chamado de piano de polegar. Este instrumento é uma reminiscência de caixas de música e canções de ninar. No Zimbábue, a Kalimba é usada para acalmar a mente e curar doenças mentais. Seu poder terapêutico tem como objetivo trabalhar nossas águas, nossos processos maternais e nossa criança interior.
O Shruti Box é um clássico instrumento indiano utilizado em concertos e meditações. Geralmente como base de acompanhamento para flautas e vocalizações, seu drone nos conecta ao centro da terra, às nossas raízes. No atendimento de Terapia Sonora, utilizamos o Shruti Box para induzirmos uma profunda conexão meditativa, guiando nossa consciência para os objetivos da sessão e esvaziando a mente de distrações.